O primeiro contacto de Francisco Lufinha com terra firme após mais de 27 horas de viagem nonstop em kitesurf (foto:PauloMarcelino) |
O recorde mundial de distância percorrida sem paragens em kitesurf foi estabelecido ao início da noite de hoje na Baía de Lagos: 307,5 milhas náuticas (569 km). Eram 20h38 quando o ex-campeão nacional Francisco Lufinha, 30 anos de idade, pôs os pés em terra firme, na Marina de Lagos, concluindo a Mini Kitesurf Odyssey mais de 27 horas depois da largada na Foz do Douro. “A sensação é óptima”, disse o recordista, visivelmente exausto mas feliz por ter “tornado um sonho realidade”.
A odisseia começou às 15h40 de ontem, na Douro Marina, e a “Maior Viagem de Kitesurf Sem Paragens” (Recorde Mundial Guinness) foi concluída pelas 19h20 de hoje, perto dos pontões de Alvor, mas o novo recordista ainda se recreou na Baía de Lagos, antes de entrar no barco de apoio e rumar a terra. O anterior recorde mundial (199 milhas náuticas) foi batido às 11h10, ao largo de Sines, quando Francisco Lufinha passou a marca das 200 milhas, ao final de uma manhã em que chegou a temer o fracasso.
A primeira metade da viagem foi rápida, incluindo uma noite com vento e luar “fabuloso”. Mas, ao nascer do dia, tudo mudou. “Fiquei sem vento, a boiar no oceano. Estava em frente ao Cabo Espichel, olhei para o GPS e vi 197 milhas e zero vento. O recorde era 199 milhas. Pensei: Acabou! Tanto esforço para nada”, disse Francisco Lufinha. Foi o momento mais difícil da odisseia. Umas horas de “agonia”. Até que o vento começou a entrar e empurrou Francisco para bater o recorde ao largo de Sines e estabelecer um novo máximo já em Lagos.
Lufinha percorreu 307,5 milhas em kitesurfing nonstop (foto:PauloMarcelino) |
A viagem foi feita sem paragens, sempre acompanhada por uma embarcação semi-rígida de apoio, com uma tripulação de cinco pessoas, incluindo duas testemunhas para a homologação do recorde mundial. Durante o percurso, o atleta alimentou-se com barras energéticas e papas de bebé e bebeu concentrados de fruta e água. A cada quatro horas, comeu uma espécie de crepe de frango com tomate. E na prancha tinha uma pequena estrutura especial, para poder sentar-se enquanto velejava.
Francisco Lufinha preparou-se durante 4 meses para esta odisseia, cumprindo um plano abrangente de dieta, treino físico e fisioterapia. No âmbito da preparação, por exemplo, esteve 24 horas sobre uma prancha a boiar numa piscina, com os braços a segurar guias presas a cabos esticados em altitude. O esforço exigido pela odisseia levou o atleta ao limite físico, ao ponto de ter sido amparado quando chegou a terra. “Estas últimas três horas foram as mais difíceis”, admitiu o ex-campeão nacional de kitesurf.
Lisboeta, engenheiro industrial de formação, Francisco Lufinha vem de uma família de velejadores e passou a vida no mar. “Sempre fiz a costa de veleiro. Em 2002, comecei a fazer ‘kite’ e pensei: será que isto dá para fazer de kite”, revelou o atleta. “Deixei o sonho correr, até que este ano apresentei isto à Mini Portugal e encaixou perfeitamente no ADN deles que é o ‘not normal'”. O atleta deu início com esta odisseia, com este recorde a um projecto empresarial a três anos, em parceria com a Mini Portugal, “para organizar regatas, ralis, num conceito novo que não há no Mundo”.
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Kitesurf – Mini Odyssey
LUFINHA WORLD RECORDIST IN LAGOS
The world record for distance traveled nonstop in kitesurfing was established in the early evening today in Lagos Bay: 307.5 nautical miles ( 569 km ) . It was 20h38 when former Portuguese national kite champion Francisco Lufinha, 30 years old, set foot on land in Lagos Marina, concluding the Mini Kitesurf Odyssey more than 27 hours after the start in Foz do Douro. ” It feels great ,” said the athlete, visibly exhausted but happy to have “a dream come true.”
The odyssey began at 15.40 yesterday, in the Douro Marina , and “The Longest Kitesurf Travel NonStop” (Guinness World Record) was concluded by 19h20 today, close to Alvor pontoons, but the new record holder still had some fun in the Bay of Lagos before boarding the support boat and head to land. The previous world record (199 nautical miles) was beaten at 11h10 , off Sines , when Francisco Lufinha passed the 200 miles mark, at the end of a morning during which he came to fear failure.
The first half of the voyage was quick , including a night with wind and a “fabulous” moonlight. But at daybreak, everything changed . “I was left with no wind and afloat in the ocean. I was in front of the Cape Espichel, I looked at the GPS and saw 197 miles and zero wind. The record to beat was 199 miles . So I thought : It is finished! So much effort for nothing”, said Francisco Lufinha. It was the hardest time of the Odyssey. A few hours of “agony”. Until the wind started to come in and pushed Francisco to beat the record off Sines and forward to establish a new record already off Lagos .
The trip was made without stopping , always accompanied by a semi-rigid support vessel, with a crew of five people, including two witnesses to the approval of the world record. Along the way, the athlete fed up with energy bars and baby papas and drank fruit concentrates and water. Every four hours, he ate a kind of chicken crepe with tomato. And the board had a small special structure for the athlete to be able to sit while sailing .
Francisco Lufinha prepared for 4 months for this odyssey, serving a comprehensive plan of diet, physical training and physical therapy. In preparation, for example, he was 24 hours on a board floating in a pool, his arms holding tabs attached to cables stretched at altitude. The effort required by this odyssey took the athlete to his physical limit, to the point of being supported when he arrived land. “These last three hours were the most difficult”, admitted the former Portuguese national kitesurfing champion.
Industrial engineer from Lisbon, Francisco Lufinha comes from a family of sailors and spent his life at sea. “I always did the coast by sailboat. In 2002, I started doing ‘kite’ and thought: is this possible kitesurfing”, said the athlete. “I let the dream run, until this year I presented this to Mini Portugal and it fitted perfectly in their DNA, their motto ‘not normal’ .” The athlete started with this odyssey, with this record to a business project for three years, in partnership with Mini Portugal, “to organize regattas, rallies, in a new concept that don’t exist in the World”.
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