Yoni EcoSurfboards

“É Mesmo de Madeira?!”

José Antunes com uma das suas pranchas de Madeira, na Praia do Castelejo, durante uma prova regional de surf (®PauloMarcelino)

Em todas as praias visitadas pelo surfista e ‘shaper’ José Antunes com as suas pranchas de surf há uma pergunta com a qual é sempre confrontado: “É mesmo de madeira?!” As Yoni Ecosurfboards deixam ninguém indiferente. A beleza de padrões naturais, a funcionalidade nas ondas e a facilidade no transporte a denunciar não haver muito peso nas mãos confundem o observador. Sim, são pranchas ocas de madeira, feitas à mão e com preocupações ecológicas.

José Antunes tem 36 anos de idade e vive em Peniche, mas tem uma profunda ligação ao Algarve; já viveu em Lagos e costuma surfar com alguma frequência em praias de Aljezur e Vila do Bispo. E as suas pranchas estão à venda em duas lojas em Sagres. Encontrámos o surfista e ‘shaper’ na Praia do Castelejo, Vila do Bispo, durante a última prova do circuito regional de surf e a prancha que trazia na mão também nos provocou interrogação e exclamação.

As pranchas são bonitas. Em regra, todas as pranchas feitas de madeira são bonitas. Mas levantam dúvidas quanto ao peso e funcionalidade. “As Yoni são mais leves e funcionais do que a maioria das pranchas de madeira. Não são pranchas para surf de performance. Mas para o surf de lazer do dia-a-dia são boas”, garante José Antunes.

O ‘shaper’ de Peniche explicou ao Swell-Algarve o segredo das Yoni Ecosurfboards. As pranchas são ocas, mas essa fórmula para diminuir o peso no produto de madeira não é só sua. A característica própria das pranchas de José Antunes é a técnica de construção que apurou, colocando mais ripas no esqueleto interno do que é habitual e retirando espessura à cobertura no ‘deck’ e no ‘bottom’.

As Yoni Ecosurfboards suscitam sempre grande interesse na praia (®PauloMarcelino)

As Yoni Ecosurfboards suscitam sempre grande interesse na praia (®PauloMarcelino)

As Yoni Ecosurfboards são pranchas de madeira pouco pesadas e funcionam bem em surf de linha. São uma boa alternativa para o praticante de lazer pouco radical, até porque não são muito mais caras do que as pranchas de fibra e, sendo de madeira, “duram uma vida”. Sem esquecer que são objetos de arte de grande beleza.

José Antunes apurou a sua arte de marceneiro no fabrico de brinquedos em madeira. Este foi um ‘hobby’ que o acompanhou enquanto desenvolvia outras atividades profissionais e mantinha a paixão que alimenta há 20 anos pelo surf. Há cerca de 5 anos, numa fase em que estava desempregado, juntou a sua arte de trabalhar a madeira à paixão pelo surf: “Quis fazer uma prancha para mim. Já tinha as máquinas para trabalhar a madeira e resultou”, disse José, ao Swell-Algarve.

A primeira prancha não foi a fórmula mágica e o método de construção foi sendo apurado por “tentativa e erro” até ao resultado que agora lhe permite ter já uma oferta com vários modelos. “Já fiz 150 pranchas”, diz José Antunes, que alia ainda uma forte componente ecológica e nacional à sua arte. O ‘shaper’ trabalha apenas com madeiras nacionais, particularmente choupo e criptoméria dos Açores… e por cada prancha vendida promete plantar uma árvore.

Mais informações: http://www.yonisurfboards.com

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