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(foto:BoogerBod) |
Este artigo é dedicado àqueles que querem melhorar a sua performance. Estamos em crise, pedem para cortar, mas não nas ondas que ainda são de borla. Tem sido evidente que há mais gente dentro de água, “velhas guardas” que deixaram de apanhar ondas e agora querem reclamar o pico e “young guns” (entenda-se como jovens) que estão com toda a fé e acham-se donos do pico.
Estes conselhos têm como objetivo melhorar o estado de saúde dos praticantes de bodyboard, melhorar as “velhas guardas” levando-as a surfar mais vezes, responder às suas queixas de dor e consequentemente às limitações na técnica.
No que respeita aos novatos pretende-se que melhorem a sua performance e mantenham o seu estado de saúde de modo a poderem conquistar o seu espaço e evoluírem na modalidade.
O bodyboard, tal como o conhecemos, provoca incríveis sensações ao praticante devido às descargas de adrenalina. No entanto a prática do Bodyboard, devido à postura inerente da atividade sobre a prancha, acarreta riscos para o praticante.
Nesta modalidade evidencia-se uma constante postura de hiperextensão lombar e uma sobrecarga sobre os ombros, levando a queixas frequentes nestes referidos locais.
O Fisioterapeuta surge como um profissional capaz, na avaliação, tratamento, recuperação e prevenção das disfunções músculo- esqueléticas apresentadas no bodyboard, reduzindo as queixas deste bem como permitindo uma melhor performance durante a práctica, e manutenção do estado compatível com a competição.
Testemunho do atleta João Pinheiro: “É essencial devido ao conhecimento que o fisioterapeuta dispõe visto que este pode melhorar muitos aspetos, tais como, trabalhar a instabilidade articular, alongamentos, posturas e recuperação da condição física. Estes pormenores farão certamente a diferença numa época desportiva e bastante desgastante. Tive 12 meses sem ir à água mas na verdade acho que nunca tinha estado tão bem quer em termos psicológicos e físicos. Quando terminei a fisioterapia tinha cerca de 7,4% de índice de massa gorda o que demonstra bem o trabalho que desenvolvi na fisioterapia. Em termos psicológicos notei que estava bem porque fui ultrapassando obstáculos que requeriam bastante sacrifício e força de vontade e deixaram-me mais forte e confiante para treinar e enfrentar a competição.”
O ombro funciona no bodyboard como o leme, controlando o posicionamento da prancha, absorvendo os choques das quedas, e ao mesmo tempo sofrendo um enorme stress físico, devido á vibração e força imposta pela física aquática e força das ondas (Bridgham C, 2006), sendo frequente a presença de tendinopatias, bursites, lesões de coifa de rotadores (Nathanson A, 2006) entre outras como dores de origem miofascial resultante de postura a nível dos ombros alterada (ombros anteriorizados).
A coluna lombar como já citada a cima é um dos segmentos citados e mais afetados durante a práctica. Quantos de vós sentem dor lombar durante uma bela tarde nas ondas? A posição da coluna lombar em hiperextensão, e a sobrecarga dos extensores lombares são os principias motivos de queixas ( Dankaerts, 2006). No entanto a aquisição de certos hábitos serão uma grande ferramenta para os bodyboarders na prevenção destes problemas.
Hábitos como o alongamento constituem uma arma contra o mau posicionamento e a prevenção de disfunções dos ombros e toda a coluna vertebral. Exercício de fortalecimento de tronco (Dankaerts W, 2006), membros superiores (Naughton J, 2005) e inferiores (França FR, 2011) são também uma mais valia para melhorar a performance do praticante.
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Filipe Costa, um dos autores deste artigo, com o atleta de surf Jakob Lillienweiss, que vai competir no Mundial Junior (foto:PauloMarcelino) |
Autores:
Celso Silva (Lic. Fisioterapia, Mestrado em Desporto, Saúde e Exercício)
Filipe Costa (Licenciado em Fisioterapia)
João Duarte (Licenciado em Fisioterapia)
Referências:
– Nathanson A., Bird S., Dao L., Tam-Sing K. (2006). Competitive Surfing Injuries: A Prospective Study of Surfing-Related Injuries Among Contest Surfers. American Journal of Sports Medicine, 35 (1), 113- 117.
– Bridgham’sC. BodyboardInjuries Surveyin http://www.circlefx.com/bbsurvey/.05- 03-2006, 22:20.
– França FR, Burke TN, Hanada ES, Marques AP. Segmental stabilization and muscular strengthening in chronic low back pain: a comparative study. J Manipulative Physiol Ther 2011; 34(2): 98- 106.
– Dankaerts W, O’Sullivan P, Burnett, A, Straker L. Altered patterns of superficial trunk muscle activation during sitting in nonspecific chronic low back pain patients: importance of subclassification. Spine 2006; 31(17): 2017-23
– Naughton J, Adams R, Mäher C. Upper- body wobbleboard training effects on the postdislocation shoulder. Phys Ther Sport. 2005;6(l):31-7
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