A continuação do ato eleitoral no Clube Naval de Portimão agendada para este sábado 2 de junho não se realizou. A Mesa da Assembleia Geral decidiu manter a suspensão das eleições até 30 de junho, para que sejam averiguadas as “consequências jurídicas” da renúncia do presidente da MAG, José Casimiro, à candidatura ao mesmo cargo pela Lista A. A Mesa da Assembleia Geral decidiu também nomear uma Comissão de Gestão, para assegurar a administração corrente do clube até à conclusão do processo eleitoral.
As eleições para os Órgãos Sociais abriram uma crise no Clube Naval de Portimão dia 26 de maio, quando José Casimiro decidiu suspender o ato eleitoral, alegando “suspeitas de graves irregularidades” (ver notícia). A urna com os votos já expressos foi colocada à guarda da Polícia Marítima.
Duas listas apresentaram-se a votos: Lista A (liderada por Miguel Farinha, da atual direção, presidida por Tito Januário, que não é candidato a qualquer cargo) e Lista B (presidida por João Rosa e com o multicampeão nacional de windsurf Miguel Martinho como candidato a vice-presidente). As alegadas suspeitas recaem, sobretudo, sobre as procurações de voto reunidas pela Lista B.
A Direção cessante reuniu segunda-feira 28 de maio e deliberou que é a Mesa da Assembleia Geral o órgão com jurisdição sobre o processo eleitoral. Terça-feira, 29 de maio, a MAG emitiu um comunicado, assinado por José Casimiro, anunciando que o ato eleitoral seria retomado e concluído em três horas no sábado 2 de junho (ver notícia).
Sexta-feira 1 de junho, véspera do ato eleitoral, a Lista A anunciou a sua recusa em participar no ato eleitoral de sábado (ver notícia). A lista liderada por Miguel Farinha alega que “a legalidade e a regularidade dos procedimentos eleitorais só poderão ser asseguradas (…) com nova convocatória eleitoral”. Isto é, a Lista A queria novas eleições e não a continuação do ato eleitoral interrompido – já com votos expressos – dia 26 de maio.
No mesmo comunicado, a Lista A revelou também que “foi solicitado ao Ministério Público a averiguação das situações ocorridas e, em consequência a averiguação da validade do Ato Eleitoral de 26 de maio”. A lista de elementos da Direção cessante confirmou, assim, a participação ao MP que o presidente da MAG, José Casimiro, tinha referido quando decidiu interromper o ato eleitoral. Sobre as alegadas irregularidades, José Casimiro ainda não se pronunciou publicamente.
O ato eleitoral acabou por não ser retomado este sábado. Nenhum elemento da Lista A compareceu na sede do clube. A MAG decidiu marcar nova Assembleia Eleitoral para o dia 30 de junho, entre as 14:00 e as 17:00. É, de novo, a fórmula da continuação do ato eleitoral, à qual a Lista A se opõe. José Casimiro renunciou à sua candidatura pela Lista A e o aferimento das consequências dessa renúncia são o motivo alegado para o novo adiamento.
Miguel Farinha, líder da Lista A, pediu explicações formais à Mesa da Assembleia Geral, que terá respondido em carta assinada por José Casimiro e enviada com registo postal.
Ao decidiu adiar, novamente, as eleições, a Mesa da Assembleia Geral decidiu também nomear uma Comissão de Gestão, para administrar o clube até estar concluído o processo eleitoral. Essa comissão é composta por três elementos que não são candidatos em qualquer lista: Tito Januário (presidente cessante da Direção), José Casimiro (presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral) e Joaquim Manuel da Conceição Ferreira.
O ambiente no clube é de crise profunda e as orientações dadas pela Mesa da Assembleia Geral à Comissão de Gestão agora nomeada provam isso mesmo. A MAG indica aos membros da CG que devem “diligenciar no sentido de ser impedido o acesso de quaisquer pessoas estranhas à Comissão às instalações e equipamentos do CNP, designadamente aos e-mails, servidores e câmaras de vigilância”.
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