A algarvia Viktoriya Kononova qualificou-se para representar Portugal no Campeonato da Europa da Classe Optimist, mas não viajou com a equipa nacional para Itália. O clube da atleta, a Associação Naval do Guadiana alega que não houve dinheiro para financiar a participação e que estava à espera de uma ajuda por parte da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. A autarquia garante que formalizou a disponibilidade para apoiar e que deve ser o clube a esclarecer porque não se materializou esse apoio.
Esta é uma história em que as partes envolvidas não fornecem esclarecimentos públicos absolutos sobre as razões que impediram uma atleta algarvia de participar num campeonato europeu de vela. “A falta de verba foi a principal razão e depois houve uma série de condicionantes e a atleta acabou por perder o interesse”, disse o responsável pela secção de vela da ANGuadiana, Edgar Pádua, ao Swell-Algarve, sem esclarecer os “condicionantes” a que se referia.
A atleta desistiu a poucos dias da viagem da Equipa Nacional para Itália e foi substituída por uma atleta do Porto. A competição no Campeonato da Europa da Classe Optimist 2016 começa no próximo domingo e prolonga-se até dia 21.
Os custos envolvidos na participação da atleta no Campeonato da Europa chegavam quase aos 3 mil euros. A Federação Portuguesa de Vela não participa com qualquer ajuda. Outros dois atletas algarvios também apurados para o europeu, Beatriz Cintra (Clube Naval de Portimão) e Manuel Fortunato (Clube de Vela de Lagos) asseguraram a viagem para Itália, sobretudo, com iniciativas de angariação de fundos e muito empenho por parte dos pais e familiares.
No caso de Viktoriya Kononova, também “houve iniciativas, mas não foram suficientes”, disse Edgar Pádua. O responsável pela Vela na ANGuadiana comentou ainda: “Estávamos à espera que a câmara patrocinasse parte da verba, o que não chegou a acontecer”.
Questionada pelo Swell-Algarve, a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António respondeu, através do Gabinete de Comunicação Social e Protocolo: “Mediante o ofício que lhe foi formalizado, a autarquia de VRSA disponibilizou-se nao só para apoiar a atleta em questão, mas também os restantes velejadores que se encontravam apurados para representar Portugal nos Campeonatos do Mundo e da Europa”.
O apoio da autarquia estava, portanto, formalizado, mas não se concretizou. “Qualquer outra questão relacionada com a presença e/ou gestão da participação da atleta deverá ser esclarecida pela Associação Naval do Guadiana”, concluiu a autarquia. Esse esclarecimento cabal não foi fornecido pelo clube ao Swell-Algarve.
O desfecho é “frustrante para todos”, como reconhece Edgar Pádua, mas esta não é a primeira vez que Viktoriya Kononova ganha na água e perde na secretaria. Em 2013, a atleta venceu o Campeonato de Portugal de Infantis, mas não recebeu o título de Campeã de Portugal Infantis Feminino. Viktoriya é natural da Ucrânia e na altura já tinha nacionalidade Portuguesa. O problema foi que o clube não tinha atualizado a licença desportiva da atleta junto da Federação Portuguesa de Vela.
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