O Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes desenvolveu um projeto de sinalização do índice de radiação ultravioleta (iUV) que pretende aplicar em três praias de Portimão. O projeto ‘Há UV na praia’, que envolve alunos e um grupo de professores das áreas de Geografia, Informática e Artes Visuais; precisa da ajuda da comunidade… para poder servir essa mesma comunidade e a saúde pública.
O projeto tem origem na Estação Meteorológica Automática do agrupamento escolar. “A meteorologia e o clima são temas obrigatórios de Geografia em todos os níveis escolares. São os temas que nós lecionamos”, explicou o professor Francisco Pereira, coordenador do projeto.
Os alunos de Geografia do Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes realizam observação meteorológica sistemática desde o início dos anos 90 do século passado. No ano lectivo 1999/2000, o agrupamento escolar equipou-se com uma Estação Meteorológica Automática, que há 15 anos garante um registo automático contínuo de vários parâmetros meteorológicos. Em 2007, essa estação foi equipada com um sensor ultravioleta.
Nos últimos anos, os alunos de Geografia têm estudado as medições do índice UV, concretamente, a sua variação ao longo do dia e do ano. “Desde há algum tempo que tem aumentado a preocupação de nos protegermos destas radiações. Agora, queremos partilhar isto com a comunidade”, explicou o professor Francisco Pereira.
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O agrupamento escolar já disponibiliza de forma gratuita ao público, através da internet, os registos atualizados da sua estação meteorológica automática (ver AQUI). Agora, a escola quer reforçar o alerta para a necessidade de proteção face ao índice UV e criou uma aplicação para ‘smartphone’ (por agora apenas para Android) e um sistema de sinalética com bandeiras, para colocar em praias. Essa é a essência do projeto ‘Há UV na praia’, que pretende arrancar no dia 1 de agosto e procura mais apoios, para poder prestar esse serviço público.
A divulgação dos valores do iUV será feita com o hastear de uma bandeira de formato próprio e com a cor padrão prevista para cada patamar do iUV, de preferência o mais junto possível do nadador-salvador. Há quatro cores, para quatro níveis (fraco/moderado; alto; muito alto e extremo) e a cada nível correspondem necessidades próprias de proteção, que estarão explicadas num painel informativo na praia.
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O hasteamento da bandeira do iUV e a sua atualização serão efetuados pelo próprio nadador-salvador, ao longo do dia. A informação será recebida pelo nadador-salvador através de notificação por telemóvel. Esta será baseada numa aplicação específica para ‘smartphone’ e através da internet (veja AQUI a página experimental). O painel informativo que estará na praia vai ter um código QR, para que os utentes possam descarregar a aplicação específica, de forma gratuita.
O projeto estabeleceu protocolos com Rotary Clube da Praia da Rocha, Município de Portimão, Capitania do Porto de Portimão e Agência Portuguesa do Ambiente. Mas os principais intervenientes serão os concessionários, porque são eles quem decidem ter ou não ter o serviço de alerta na sua concessão. “Os concessionários são fundamentais no projeto, só que são muito resistentes à mudança”, comentou o professor Francisco Pereira.
O projeto tem como objetivo começar na Praia da Marina e na Praia da Rocha, mas foi acrescentada a Praia do Vau, porque a Junta de Freguesia de Portimão assumiu a implementação da sintética nessa praia.
A Praia da Marina parece estar excluída porque, segundo explicou o professor Francisco Pereira, o único concessionário, “o grupo NoSolo, desinteressou-se”. Na Praia da Rocha existem 13 concessionários e o projeto precisa apenas de 3 para se fixar nessa praia, na zona Poente, Nascente e Centro.
O Restaurante Sol e Mar, na Zona Nascente; e o Restaurante O João, na Zona Poente, já aderiram ao projeto na Praia da Rocha. Falta ainda encontrar um concessionário parceiro na Zona Centro, face à desistência dos proprietários de um restaurante que não quiseram pagar os 200 euros pelo ‘kit’ de sintética e painel de informação.
“Estamos a pedir uma participação de 200 euros e isso é apenas uma pequena ajuda, que não paga o kit que disponibilizamos, que fica em mais de 500 euros. Se tivéssemos mais patrocínios, podíamos dispensar os concessionários desta verba. Falta pouco, mas ainda falta algum”, explicou o professor Francisco Pereira.
Os professores do projeto têm andado pelo seu pé a sensibilizar concessionários e a procurar apoios para um projeto que teve de ser adiado para agosto, por falta de condições para arrancar na data prevista, 1 de junho. Apelando a patrocinadores interessados e aos concessionários, que “são a guarda avançada” do projeto, o professor Francisco Pereira desabafou: “Falta apenas um bocadinho… Seria uma pena que isto não avançasse”.
Quem tiver interesse em ajudar, ou saber mais, pode contatar o Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes, através do email geral@aemtg.pt, telefone 282 450 410, ou fax 282 415 049.
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Nota do autor: Esta é daquelas matérias que me enchem de orgulho pela profissão escolhida há tantos anos. É importante divulgar estas iniciativas. Esta é uma ideia que nasce na escola, para servir a comunidade. Seria trágico – mais do que uma pena – que recusássemos aos filhos da nossa comunidade esta oportunidade de prestarem um importante serviço público. Seria como que pregar uma rasteira ao futuro. Muito se fala sobre Educação; pois aqui está o momento certo para todos darmos o exemplo. Obrigado Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes !
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