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Jakob Lilienweiss com o seu ‘quiver’ pronto a estrear antes da partida para o Equador |
O algarvio Jakob Lilienweiss, 16 anos de idade, representou a selecção da Alemanha em Sub-18 no Campeonato do Mundo de Surf Junior – VISSLA ISA World Junior Surfing Championship, que decorreu em Salinas, Equador, entre os dias 5 e 13 deste mês. O atleta do Clube de Surf de Faro, residente em Tavira, partilhou com o Swell-Algarve as suas impressões sobre a viagem e a competição. “Apanhámos ondas boas e a água estava óptima. Ficámos todos chocados com os alertas de tubarões na praia, um deles anunciado dois heats antes de eu entrar na água para surfar o meu”, recordou Jakob.
Com apenas 4 anos de surf e alguns meses de treino específico com Francisco Canelas para competição, Jakob foi seleccionado quando disputou, no ano passado, o campeonato de surf da Alemanha, que decorreu em França, conforme noticiou o Swell-Algarve (ver link abaixo). O jovem algarvio – com nacionalidade alemã – integrou a equipa de 4 competidores masculinos Sub-18 na selecção alemã ao Mundial de Surf Junior no Equador.
O Mundial foi disputado nas categorias Sub-16 e Sub-18, masculinos e femininos. A Alemanha concluiu o campeonato na 17ª posição, entre 32 equipas nacionais, incluindo Portugal, que foi 9º classificado. A selecção do Hawaii sagrou-se campeã do Mundo de Surf Junior, com a França a conquistar a medalha de prata, relegando para a terceira posição a Austrália, vencedora da anterior edição do Mundial Junior.
Jakob surfou duas baterias oficiais no campeonato. Perdeu em terceiro na primeira ronda de qualificação e foi eliminado também em terceiro na primeira ronda de repescagens. “Tive algum azar nos meus heats, com as condições a estarem bastante difíceis”, comentou Jakob. No seu primeiro heat, Jakob foi terceiro com um score de 4.87 (2.57+2.30). A bateria foi ganha pelo australiano Cody Robinson (score 9.26), que havia de chegar à sétima das dez rondas de repescagens.
De cabeça perdida na primeira bateria
“Surfei na primeira ronda (de qualificação) de maré cheia e no beach break ao lado da onda principal, que só funciona com a maré vazia. Havia poucas ondas com potencial e dessas não consegui apanhar nenhuma. Quase não fiz ondas nos primeiros 10 minutos e as que fiz foram muito fracas. Não consegui lidar com os nervos e acabei por perder a cabeça, não conseguindo fazer surf”, admitiu Jakob Lilienweiss.
Poucos dias depois, Jakob disputou a primeira ronda de repescagens num outro beach break – “basicamente um close out com poucas ondas a abrir para mais que uma manobra”, descreve o atleta algarvio – num outro local da Baia em Salinas. Jakob foi terceiro (score 5.20 || 3.17+2.03) numa bateria ganha pelo português João André (score 9.90), seguido pelo equatoriano Esnaider Parrales (score 9.64). “Até não comecei mal o heat, com um reentry que me valeu três pontos. Mas não consegui apanhar ondas que me permitissem fazer mais que uma manobra, ao contrário do português e do equatoriano”, comentou Jakob.
O atleta algarvio não chegou tão longe quanto queria. “Mas, de qualquer maneira foi uma muito boa experiência competitiva surfar com crowd de alto nível e num campeonato em que é preciso muito para tirar bons scores. Acho que me fortaleceu competitivamente”, conclui Jakob.
“Fizeram-nos sentir famosos”
A viagem ao Equador foi por si só uma experiência forte. “Ficámos impressionados com as condições em que as pessoas viviam, sem água e electricidade e nalgumas casas com chão de terra batida”, recorda Jakob Lilienweiss. Apesar do cenário, o campeonato foi muito bem organizado – “com uma cerimónia de abertura de 5 estrelas” – e as pessoas acolheram muito bem os atletas.
“As pessoas trataram-nos sempre muito bem; até nos fizeram sentir famosos pedindo para tirar fotografias. Tirei cerca de 50 fotografias com pessoas locais que me pediram… foi uma experiência engraçada”. Jakob regressou ao Algarve fortalecido como atleta e como pessoa. Os únicos ‘tubarões’ que enfrentou no Equador, apesar dos alertas na praia, foram os atletas de alto nível que se apresentaram no campeonato. Uma experiência marcante para uma das grandes esperanças do surf algarvio.
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